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É possível prevenir o suicídio?

  • Foto do escritor: Denise Raissa Psicóloga
    Denise Raissa Psicóloga
  • 10 de ago. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021

Conhecimento sobre o assunto e manejo adequado podem ajudar alguém próximo em sofrimento.

Em nossa sociedade há predomínio de ideias sobre aproveitar a vida, buscar felicidade e, também, sobre compartilhar momentos bons nas redes sociais. Por conta deste contexto, temas como a morte são dificilmente discutidos abertamente em diversos espaços logo, também pouco se trata acerca do suicídio. Geralmente, as pessoas evitam falar por se tratar de um tema que envolve perda e tristeza e, também, segundo alguns valores religiosos, o suicídio é considerado um ato grave e condenável.


Devemos falar sobre suicídio?

Devido à resistência em falar sobre o suicídio, hoje a maioria das pessoas têm dificuldades para perceber quando alguém precisa de ajuda e também, muitas das vezes, não sabe o que fazer para ajudar alguém em sofrimento. Sendo assim, ao ler sobre o tema e conhecer sobre os fenômenos a ele associados, podemos prevenir que pessoas com problemas de saúde mental cheguem a um estado grave que venha a desencadear uma tentativa de suicídio. Então, sim, devemos falar sobre o tema em espaços adequados e com objetivo de prevenção.


Possíveis Sinais

A tentativa de suicídio é considerada um indício grave de adoecimento em saúde mental, visto que a pessoa que busca voluntariamente a morte se encontra em grande estado de sofrimento desencadeado por diversos fatores, como: ter sofrido algum tipo de violência, ter depressão, dificuldade grande de lidar com perdas de pessoas próximas, e outras questões que geram intenso sofrimento. A pessoa que pensa em atentar contra a própria vida busca o fim de seu sofrimento, sendo assim  esta pessoa deve realizar um tratamento em saúde mental para que possa cuidar de seu sofrimento e não chegue a ponto de pensar ou tentar suicídio.

Deve-se ficar atento quando alguém próximo começar a apresentar alguns sinais que podem ser reflexos de um sofrimento intenso, são eles:

  1. Ideias frequentes sobre morte e morrer

  2. Isolamento social frequente

  3. Perda gradual de interesse em atividades antes prazerosas

  4. Autolesão (atos voluntários que visam causar lesões em partes do corpo, como cortes nos braços)

  5. Pensamentos negativos frequentes e intensos

O que podemos fazer?

Ao perceber que alguém próximo apresenta estes sinais, podemos inicialmente conversar para tentar entender suas queixas e o que está acontecendo. Ficar atentos caso haja algum conteúdo que se remete a vontade de morrer ou ideias para tentar contra a própria vida estão presentes. Deve-se observar que, para ajudar, não se deve menosprezar ou desqualificar a fala de quem sofre e sim, ajudar esta pessoa a buscar um acompanhamento ou tratamento adequado para que possa lidar com o seu sofrimento. Em alguns casos, devido a intensidade destes sinais, é preciso realizar tratamento com medicações para que a pessoa possa se recuperar.

É importante também que se busque psicólogo para que esta pessoa possa ter um espaço para falar de seu sofrimento e suas causas, e com ajuda profissional conseguir dar outros sentidos e significados para sua vida. A família também deve participar deste processo ao entender como o tratamento funciona e como pode ajudar esta pessoa a se recuperar.

O Sistema Único de Saúde oferece acompanhamento em saúde mental nos Centros de Atenção Psicossocial a partir de uma equipe multidisciplinar que oferece cuidado e suporte a quem apresenta algum tipo de sofrimento intenso. Pode-se buscar o serviço gratuitamente na rede de saúde, não é necessário encaminhamento para ser atendido.


Por fim, podemos concluir que é possível sim prevenir o suicídio e é extremamente importante que a saúde mental seja apresentada em diversos espaços coletivos, principalmente na comunidade. Se cada pessoa tiver um olhar mais empático e acolhedor sobre aquela pessoa próxima que sofre, de forma a criar uma rede de apoio para prevenir o suicídio em sua própria rede de relações.

Quem escreve

Denise Raissa Lobato Chaves é psicóloga, especialista em Saúde Mental e tem experiência na prevenção e tratamento de transtornos mentais. Realiza psicoterapia online e presencial com adultos e adolescentes em Belém-PA.

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© 2019-2025. Denise Raissa Psicóloga. CRP 10/05458. Belém, Pará, Brasil.

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