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Não consigo mais ajudar e me sinto mal, o que fazer?

  • 30 de set. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2021

Orientações para familiares/cuidadores de pessoas com problemas emocionais que se sentem esgotados.


Problemas de saúde mental podem ser muito difíceis de lidar a depender de como a pessoa se sente e como consegue lidar e buscar recursos para manejar, o suporte de pessoas próximas e de confiança é fundamental. Apesar disso, temos que ter ciência de que oferecer ajuda e suporte nem sempre é fácil, é comum que, ao conviver e lidar com alguém que sofre, ocorram situações em que:

  • o que se faz parece não ser suficiente para ajudar o outro a se sentir melhor;

  • o suporte oferecido parece não colaborar com que continue no tratamento ou busque ajuda;

  • se manter disponível parece algo inútil ou irrelevante;

  • lidar com alterações de humor e comportamento com frequência acaba sendo muito exaustivo;

  • você não recebe reconhecimento ou algum retorno pelo que faz para ajudar.

Estas e outras situações desencadeiam angústia, impotência, estresse, cansaço, irritação, desânimo e culpa, o que pode colaborar para que também venha a adoecer e precise buscar ajuda profissional. Diante disso, alguns esclarecimentos, orientações e possibilidades são necessários para ajudar também que faz parte da rede social de apoio.

Importante!

Como cada pessoa é única e cada relação tem suas particularidades, as orientações a seguir são apresentadas como possibilidades, ou seja, são sugestões que podem servir para alguns casos, assim como podem ser adequadas conforme a situação e contexto.


1. Fique atento a como se sente ao se relacionar com a pessoa

Lidar com alguém em sofrimento intenso e que apresenta mudanças de humor, de comportamento com certa frequência podem fazer que as pessoas em volta não tenham sentimentos agradáveis e isso é comum e normal que aconteça. Quando esses sentimentos se intensificam que ficam frequentes, podem acabar gerando sofrimento e frustração, logo é importante se perceber como se sente e que pode buscar ajuda profissional se vir a se sentir muito esgotado e sem condições de lidar com quem sofre.

2. “Primeiro deve cuidar de si para poder cuidar do outro”

Apesar de a outra pessoa estar em tratamento ou em processo de buscar ajuda, não significa que você não está permitido sofrer ou que suas queixas são inferiores. É importante perceber os próprios sentimentos e necessidades, de modo a buscar cuidado para si ao se perceber com dificuldades de ajudar o outro que precisa, passar a ter sentimento de impotência e sofrimento diante de várias questões que permeiam sua vida. Não é possível que uma pessoa esteja bem o tempo todo, o que existe é estar em condições saudáveis de lidar com os problemas e, assim, cuidando si, será possível oferecer ajuda e cuidado ao outro.

3. Buscar ajuda pra você também não significa ser incapaz ou ter falhado

Às vezes é mais fácil reconhecer que outro precisa de ajuda profissional do que a si mesmo por achar que é fraqueza ou se achar incapaz de ser suporte para alguém. Assim como a outra pessoa precisa de apoio, você também precisa caso adoeça ou esteja em sofrimento, as circunstâncias da vida podem ser as mais diversas e somado ao difícil manejo de alguém com problemas de saúde mental, você pode vir a adoecer emocionalmente também. E não há problema nenhum nisso, qualquer pessoa pode passar por problemas que sejam difíceis de suportar, o mais adequado é buscar apoio psicológico para conseguir lidar com suas questões para prevenir que seu estado se agrave.

4. Reconheça que algumas situações não dependem somente de você

Um dos maiores desafios ao lidar com uma pessoa que tem problemas de saúde mental é ter a sua relação com esta pessoa ser afetada constantemente. A depender de como a pessoa estiver e como lida com suas próprias questões emocionais, a relação com ela vai mudando e, muitas vezes, para algo que você não gostaria. Principalmente quando se lida com alguém em quadros depressivos, é comum que a pessoa venha a se afastar e interromper a relação com você sem dar um motivo específico. Estas situações são comuns e geram muito sofrimento, angústia e impotência nas pessoas em volta, sendo assim, reconheça que algumas situações não dependem somente do que você escolher, apesar de estar disponível e oferecer ajuda para um amigo/familiar, esta pessoa pode recusar e se afastar. A depender da situação, pode ser que não seja algo de cunho pessoal, mas um reflexo de como a pessoa está e como está buscando lidar com o que está passando. A sensação de perda e impotência podem vir e causar sofrimento diante de situações como esta, logo caso esteja muito desconfortável com o que sente, você pode buscar acompanhamento psicológico para lidar.


Referências utilizadas para construção do texto:

Berk, Lesley (org.) (2011). Guia de cuidadores de pessoas com transtorno bipolar. São Paulo: Segmento Farma.

Brusamarello, Tatiana, Guimarães, Andréa Noeremberg, Labronici, Liliana Maria, Mazza, Verônica de Azevedo, & Maftum, Mariluci Alves. (2011). Redes sociais de apoio de pessoas com transtornos mentais e familiares. Texto & Contexto - Enfermagem, 20(1), 33-40.

Quem escreve

Denise Raissa Lobato Chaves é psicóloga, especialista em Saúde Mental e tem experiência na prevenção e tratamento de transtornos mentais. Realiza psicoterapia online e presencial com adultos e adolescentes em Belém-PA. Visualizar perfil completo Contato: deniseraissapsi@gmail.com | (91)982328267

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© 2019-2025. Denise Raissa Psicóloga. CRP 10/05458. Belém, Pará, Brasil.

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